Ensino de Línguas: Abordagens e Desafios
Tradicionalmente, o ensino de idiomas se baseou numa abordagem que priorizava a estrutura e as formas gramaticais da língua (tipos de substantivos, advérbios, adjetivos, verbos, regências, etc.). Porém, ela tem sido substituída por outra abordagem que enfatiza o aspecto comunicativo e situações específicas de uso da linguagem (cumprimento, apresentação, na rua, no aeroporto, etc.). Os materiais de ensino refletem muito bem essa mudança; livros coloridos e cheios de figuras no lugar daqueles discretos manuais organizados por tópico, sem contar a quantidade de novos recursos (multimídia, slides, áudio, etc.) que hoje permitem abordar o ensino diferenciando idades, necessidades e formas.
Tradicionalmente, o ensino de idiomas se baseou numa abordagem que priorizava a estrutura e as formas gramaticais da língua (tipos de substantivos, advérbios, adjetivos, verbos, regências, etc.). Porém, ela tem sido substituída por outra abordagem que enfatiza o aspecto comunicativo e situações específicas de uso da linguagem (cumprimento, apresentação, na rua, no aeroporto, etc.). Os materiais de ensino refletem muito bem essa mudança; livros coloridos e cheios de figuras no lugar daqueles discretos manuais organizados por tópico, sem contar a quantidade de novos recursos (multimídia, slides, áudio, etc.) que hoje permitem abordar o ensino diferenciando idades, necessidades e formas.
E não apenas o material, mas os próprios professores hoje são muito diferentes daqueles que seguiam ao pé da letra a ordem e o programa baseado na gramática. Hoje é mais comum ver simulações quase teatrais na sala de aula do que professores ditando e alunos copiando o escrito na lousa.
A vantagem da nova abordagem contribui para que o aluno deva aplicar e por em prática uma situação específica. E, sem dúvida, existe um maior envolvimento quando o aluno deve improvisar perante desafios em vez de decorar o que provavelmente depois da prova esquecerá. Quem não ouviu a situação de alguém se sentir literalmente paralisado no momento de se comunicar nos EUA ou na Inglaterra depois de anos indo às aulas de inglês quase obrigatoriamente? Anos indo a aulas cuja abordagem não deu conta da necessidade de comunicação e ainda por cima, “obrigatoriamente”, sem vontade nem entusiasmo. Assim fica difícil.
Porém, como nem tudo é preto ou branco, a questão não é demonizar a gramática, e sim fazer uso dela sem perder o objetivo: o uso da língua em situações reais. Aliás, esquecendo completamente a gramática se correria o risco de o aluno conseguir se comunicar sem considerar pequenos (ou grandes) erros e assim fossilizá-los. O risco é ainda maior quando essa fossilização leva à formação de uma entre-língua, o que acontece principalmente com línguas semelhantes, como no caso da mistura do espanhol e do português, o chamado portunhol. Em casos extremos, o aluno pode chegar até a ter dificuldades de identificar se uma expressão ou estrutura pertence à língua de origem ou à língua alvo. A eficácia da comunicação limitada em detrimento da riqueza cultural de ambas as línguas.
Isso está relacionado com a importância da língua de origem no ensino da língua alvo, o que também tem feito parte da abordagem tradicional. Assim como a bagagem cultural e os conhecimentos gramaticais do aluno ajudam muito no aprendizado, o conhecimento da língua de origem do professor é necessário e fundamental para o bom desempenho do curso.
Em suma, se o encontro e entendimento com outras pessoas através da linguagem é um aspecto essencial do ser humano, o contato e a comunicação com pessoas de outros países significam, sem dúvida, a possibilidade de se ampliar culturalmente e se realizar como pessoa. Algo tão importante não deveria ser abordado superficialmente. Portanto, é fundamental aproveitar o melhor de cada abordagem e incorporar todos os aspectos que permitam um melhor aprendizado: aspectos didáticos, pedagógicos, antropológicos e até psicológicos para assim promover uma boa interação entre professor, meios de ensino e aluno.
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