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Falsas Informações Sobre Línguas Estrangeiras no Currículo

Infelizmente é muito comum que pessoas acrescentem informações falsas ou exageradas em seus currículos quando se candidatam a uma vaga de emprego. A mentira mais comum é a fluência em línguas estrangeiras.

Infelizmente é muito comum que pessoas acrescentem informações falsas ou exageradas em seus currículos quando se candidatam a uma vaga de emprego. A mentira mais comum é a fluência em línguas estrangeiras.

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 Idioma nível básico - O terror dos entrevistadores

Essa mentira, apesar de ser a mais comum é a mais fácil de se identificar. Basta um simples teste ou uma conversa com o recrutador para identificar que o candidato não possui fluência na língua. O O que é conhecido como "inglês básico" que muitos fazem um "upgrade" e no currículo aparece como "avançado". O problema, no entanto, é de percepção. Muitos candidatos acreditam que dominam o idioma, contudo, na realidade não conseguem estabelecer conversas mais complexas e diz que "está enferrujada". Os especialistas em recrutamento sempre alertam sobre acrescentar no currículo que você é fluente numa língua. Procure explicar (realmente) qual é o seu grau de fluência separando as três habilidades que são "fala", "escrita" e "leitura".

Dentro dessa caracterização dos níveis, no Brasil, geralmente se usa o BÁSICO - INTERMEDIÁRIO - FLUENTE para apontar o nível das línguas estrangeiras listadas no currículo, entretanto na Europa e nos Estados Unidos há sistemas de classificação mais específicos para classificar o nível linguístico a ser acrescentado no currículo

Nos Estados Unidos, os Departamento de Educação são estaduais e irão delimitar os critérios  que visam a avaliação do conhecimento e da desenvoltura da língua. Entretanto há também algumas instituições que solicitam exames de proficiência específicos propósito específicos. Contudo, adota-se costumeiramente a seguinte classificação e sua descrição:

1 – False Beginner: conhecimento zero do idioma; conhecimentos de palavras fora de um contexto; sem conhecimento estrutural;

2 – Beginner: pode entender expressões simples do cotidiano; em alguns casos, pode entender o contexto de uma conversa; pergunta e responde questões de informação; lê estórias ou informações simplificadas; reconhece a aplicação de algumas estruturas gramaticais; escreve frases simples;

3 – Lower Intermediate: entende uma conversa comum em inglês, embora não em detalhes; pode reproduzir o idioma bem, porém ainda cautelosamente; pergunta e responde sobre uma variedade de assuntos cotidianos; apanha o significado total, em detalhes, de textos simples (instrução); escreve redações curtas, porém coerentes;

4 – Intermediate: entende conversas envolvendo interlocutores fluentes com pouca ajuda ocasional; pergunta e responde de modo satisfatório se necessário; é funcionalmente competente para negociações do dia a dia, exceto na presença de problemas que possam surgir; pode escrever comunicações sobre informações ou opiniões com a possibilidade de inabilidade de lidar com algumas estruturas mais complexas;

5 – Upper Intermediate: mantém uma conversa contínua com um nativo; introduz novos assuntos; muda o tópico da conversa; atua ativamente em uma conversa; produz leitura e escrita fluente sem muitos erros;

6 – Advanced: entende e interage no inglês padrão cotidiano; produz fluência suficiente para discutir e manter seu ponto de vista, convencer com informações complexas em qualquer área; escreve, lê e fala com bem poucos erros;

7 – Full English Proficient: interlocutor nativo familiarizado com a cultura inglesa – reconhece sotaques, dialetos; praticamente considerado um nativo dentro do idioma;

Na Europa, o sistema é ainda mais sistematizado, devido também ao grande número de línguas a serem avaliadas. O chamado Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas é um guia usado para descrever os objetivos a serem alcançados pelos estudantes de línguas estrangeiras na Europa. Veja os Níveis Comuns de Referência em Escala Global:

A) Falante básico

A1 Iniciante / A2 Básico

B) Falante independente

B1 Intermediário / B2 Usuário independente

C) Falante proficiente

C1 Proficiência operativa eficaz / C2 Domínio pleno

Utilizador elementar

A2 - É capaz de compreender frases isoladas e expressões frequentes
relacionadas com áreas de prioridade imediata (p. ex.: informações
pessoais e familiares simples, compras, meio circundante). É capaz de
comunicar em tarefas simples e em rotinas que exigem apenas uma troca
de informação simples e direta sobre assuntos que lhe são familiares e
habituais. Pode descrever de modo simples a sua formação, o meio
circundante e, ainda, referir assuntos relacionados com necessidades
imediatas.

A1 - É capaz de compreender e usar expressões familiares e quotidianas,
assim como enunciados muito simples, que visam satisfazer
necessidades concretas. Pode apresentar-se e apresentar outros e é
capaz de fazer perguntas e dar respostas sobre aspectos pessoais como,
por exemplo, o local onde vive, as pessoas que conhece e as coisas que
tem. Pode comunicar de modo simples, se o interlocutor falar lenta e
distintamente e se mostrar cooperante.

Utilizador independente

B2 - É capaz de compreender as ideias principais em textos complexos
sobre assuntos concretos e abstratos, incluindo discussões técnicas na
sua área de especialidade. É capaz de comunicar com certo grau de
espontaneidade e de à-vontade com falantes nativos, sem que haja
tensão de parte a parte. É capaz de exprimir-se de modo claro e
pormenorizado sobre uma grande variedade de temas e explicar um
ponto de vista sobre um tema da atualidade, expondo as vantagens e os
inconvenientes de várias possibilidades.

B1 - É capaz de compreender as questões principais, quando é usada
uma linguagem clara e estandardizada e os assuntos lhe são familiares
(temas abordados no trabalho, na escola e nos momentos de lazer, etc.)
É capaz de lidar com a maioria das situações encontradas na região onde
se fala a língua-alvo. É capaz de produzir um discurso simples e coerente
sobre assuntos que lhe são familiares ou de interesse pessoal. Pode
descrever experiências e eventos, sonhos, esperanças e ambições, bem
como expor brevemente razões e justificações para uma opinião ou um
projeto.

Utilizador proficiente

C2 - É capaz de compreender, sem esforço, praticamente tudo o que
ouve ou lê. É capaz de resumir as informações recolhidas em diversas
fontes orais e escritas, reconstruindo argumentos e factos de um modo
coerente. É capaz de se exprimir espontaneamente, de modo fluente e
com exatidão, sendo capaz de distinguir finas variações de significado em
situações complexas.

C1 - É capaz de compreender um vasto número de textos longos e
exigentes, reconhecendo os seus significados implícitos. É capaz de se
exprimir de forma fluente e espontânea sem precisar procurar muito as
palavras. É capaz de usar a língua de modo flexível e eficaz para fins
sociais, acadêmicos e profissionais. Pode exprimir-se sobre temas
complexos, de forma clara e bem estruturada, manifestando o domínio de
mecanismos de organização, de articulação e de coesão do discurso.

Fonte

O costume de dizer que fala uma língua a qual não se domina, não é novidade. O escritor Lima Barreto escreveu um divertido conto que narra a história de Castelo, um malandro que, no começo do século XX, finge saber o javanês para conseguir um emprego e afinal fica famoso como um dos únicos tradutores desse idioma.

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